A convivência com bipolaridade e TAG é mais comum do que parece. Esses dois transtornos emocionais, embora distintos, frequentemente se manifestam juntos e entender essa relação pode ser decisivo para buscar o tratamento certo.
O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) já traz, por si só, uma carga emocional intensa: fases de euforia, impulsividade e impulsos criativos, seguidas de períodos de melancolia profunda, esgotamento e desconexão. No entanto, quando a ansiedade se instala mesmo entre essas fases, o cuidado precisa ir além.

TAG entre as fases da bipolaridade
Diferente da bipolaridade, o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) não alterna entre extremos. Ele se mantém de forma constante e silenciosa. A mente permanece em estado de alerta, mesmo em momentos aparentemente estáveis. E isso acontece não porque há algo acontecendo mas porque o corpo e o pensamento estão em vigilância permanente.
A pessoa que convive com bipolaridade e TAG pode sentir-se sempre cansada, mesmo sem motivo aparente. Pode ter dificuldades para relaxar, dormir ou se concentrar, e vive acompanhada de pensamentos catastróficos, tensão muscular, inquietação e um medo persistente do que pode vir a acontecer.
Como bipolaridade e TAG se confundem
Quando bipolaridade e TAG se sobrepõem, os sintomas podem se misturar e dificultar o diagnóstico. A irritabilidade pode parecer ansiedade, mas também pode ser o início de uma fase maníaca. O esgotamento pode ter origem depressiva, mas também ser reflexo da ansiedade crônica.
Além disso, a autopercepção fica comprometida. Em muitos casos, a pessoa sente que está “fora de si”, mas não sabe explicar por quê. O sofrimento, por não caber nos rótulos tradicionais, parece mais difícil de nomear e por isso mesmo, também mais difícil de validar e tratar.
Cuidado integrado com psicoterapia baseada na ACT
Felizmente, existem abordagens terapêuticas que conseguem acolher essa complexidade. A psicoterapia baseada na ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) e na Análise do Comportamento não tentam apenas “corrigir” sintomas. Elas convidam a pessoa a se relacionar de forma mais consciente e menos reativa com seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Entre os benefícios dessa abordagem, destacam-se:
- A construção de uma nova relação com os pensamentos ansiosos;
- A possibilidade de viver com mais presença, mesmo em momentos difíceis;
- O fortalecimento de rotinas consistentes e práticas de autocuidado;
- O reconhecimento da dor emocional como legítima, sem julgamento.
O trabalho terapêutico não exige que a pessoa “melhore rápido”, mas que ela comece a reconhecer com mais clareza o que sente e, com isso, possa tomar decisões mais alinhadas aos seus valores, mesmo diante da dor.
Bipolaridade e TAG: sofrimento real, cuidado possível
Viver com bipolaridade e TAG não significa viver preso a diagnósticos. Também não significa estar condenado a ciclos eternos de sofrimento. Pelo contrário: com o acompanhamento certo e uma escuta qualificada, é possível construir um novo modo de viver mais estável, mais consciente e mais verdadeiro.
Se você se reconhece nesse texto, ou conhece alguém que vive entre esses dois mundos emocionais, saiba que há espaço para acolhimento, tratamento e transformação.
Não se trata de apagar os sintomas, mas de aprender a viver com eles com mais dignidade, autonomia e leveza.
📎 Leitura complementar recomendada:
- Bipolaridade: o que é, como afeta e onde encontrar apoio psicológico
- Por que evitamos o que nos faz bem?
- Depressão e afastamento: quando o silêncio diz muito
🔗 Fonte técnica confiável:
ABP – Associação Brasileira de Psiquiatria – Transtorno Bipolar
🧭 Finalizando
Se você se identificou com esse texto ou conhece alguém que vive com bipolaridade e TAG, saiba que o cuidado existe e pode ser mais leve, respeitoso e transformador do que você imagina.
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