Receber um diagnóstico pode ser um alívio ou um peso. Neste texto, reflito sobre como é possível cuidar da saúde mental com mais humanidade, integrando medicação, terapia e valores de vida, para além dos rótulos diagnósticos.
Diagnóstico e qualidade de vida: muito além de um rótulo
Receber um diagnóstico pode ser um alívio, afinal, dar nome ao sofrimento ajuda a organizar o caos.
Mas ele também pode se tornar um limite. Quando o rótulo passa a definir tudo, corre-se o risco de esquecer quem está por trás do laudo: uma pessoa inteira, com desejos, memórias e valores.
E é justamente aqui que entra a importância de falar sobre diagnóstico e qualidade de vida. Porque entender o que se sente é apenas o começo. O que vem depois, como se vive com isso , é o que realmente transforma.
O diagnóstico não é o fim, mas um ponto de partida
Transtorno de Ansiedade Generalizada, Depressão, Bipolaridade, Borderline.
Seja qual for o nome que tenha recebido, é essencial lembrar que o diagnóstico é uma ferramenta. Ele ajuda a guiar o tratamento, mas não conta toda a sua história.
Como explica o psicólogo Steven Hayes no livro Para Além do Diagnóstico, os manuais diagnósticos (como o DSM) focam em categorizar comportamentos. Mas não consideram o contexto, a função desses comportamentos, nem os valores pessoais que sustentam a vida de cada um.
Por isso, na prática clínica, é fundamental olhar além do que está escrito no papel.
Medicação e psicoterapia: aliados, não rivais
Em muitos casos, o uso de medicamentos é um suporte importante para estabilizar sintomas.
Eles ajudam a “baixar o volume” do sofrimento, permitindo que a pessoa retome atividades essenciais do dia a dia.
No entanto, a medicação sozinha raramente é suficiente.
Ela pode aliviar a dor, mas não ensina o que fazer com ela.
É na psicoterapia que o paciente encontra espaço para entender seus padrões, ampliar sua consciência e fortalecer escolhas mais alinhadas com seus valores.
A ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso), por exemplo, propõe uma abordagem que valoriza a flexibilidade psicológica: não se trata de evitar o sofrimento, mas de aprender a viver com ele de forma mais leve e consciente.
O que significa “melhorar”, afinal?
Essa é uma pergunta que aparece com frequência no consultório.
Para alguns, melhorar significa não ter mais crises. Para outros, é conseguir dormir bem, voltar a trabalhar, ou ter mais paciência com os filhos.
Na ACT, não se define melhora apenas pela ausência de sintomas.
Melhora é poder viver uma vida com mais sentido, mesmo quando a dor ainda aparece.
E isso exige um olhar atento para os valores pessoais: o que realmente importa para você?
É a partir disso que traçamos, juntos, o caminho terapêutico.
Diagnóstico e qualidade de vida: é possível conciliar
Sim, você pode ter um diagnóstico e, ainda assim, viver bem.
Pode usar medicação e também fazer terapia.
Pode ter dias difíceis e, mesmo assim, estar avançando.
A vida não precisa ser binária, com ou sem doença, funcionando ou quebrado.
Ela pode ser complexa, mas ainda assim possível.
E é nesse possível que mora a esperança, a reconstrução e o cuidado verdadeiro.
Se este texto tocou você, que tal compartilhar com alguém que também pode se beneficiar? Afinal, dividir conhecimento e apoio é uma forma de cuidado.
Por fim, lembre-se: sua saúde mental é importante porque você é importante. Não espere mais para dar o próximo passo em direção à vida que você merece.
Post necessário! Aprender a controlar o que nos afeta é um grande remédio! 💛
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